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Conheça história da empresária que inspirou o filme “De pernas pro ar”

Érica Rambalde trocou a carreira no mercado financeiro para vender produtos de sex shop


Érica Rambalde title=
Em 2005, a vida de Érica Rambalde começou realmente a virar de pernas para o ar. Ela trabalhava no mercado financeiro, na área comercial e, na vida pessoal, passava por uma separação. Foi nessa época que mudou totalmente seu ramo de atuação e começou uma nova vida. Deu tão certo que virou até filme. Foi a história de Érica inspirou a personagem de Ingrid Guimarães no filme “De pernas pro ar”. O sucesso foi tanto – quase 4 milhões de espectadores – que o segundo filme da série está sendo lançado, com estreia prevista para o final de dezembro.
Depois de visitar uma sex shop no prédio em que trabalhava e ver como o ambiente era pouco convidativo para as mulheres, ela resolveu investir no negócio, mas como uma abordagem diferente. “Na loja em que entrei, os vendedores eram homens, tinha cabines de filme pornô… Como a mulher ia se sentir a vontade?”, lembra. Ela começou visitando as amigas para apresentar os produtos. Com a mala na mão, ia atrás das clientes. “Era tudo o que queriam, mas tinham vergonha de expor, de entrar numa loja. Passei a oferecer o erotismo vestido de sensualidade, que é o que as mulheres buscam. A primeira coisa que pensei foi como falar sobre o assunto sem constranger, levar a mensagem do produto de forma não técnica e não vulgar. Fiz isso através do bom humor, para não deixar as pessoas inibidas”, conta.
Quem viu o primeiro filme sabe que bom humor realmente nunca faltou, assim como as muitas histórias pelas quais Érica passou. Foi por causa dessas histórias que ela virou personagem de uma matéria do jornal O Globo, em 2007. Um diretor de cinema leu, se interessou e teve então a ideia de fazer o filme. “É uma comédia romântica. Mas foi difícil fazer um filme que aborda o mercado erótico com o cuidado de passar a mensagem certa, de mostrar o mercado de outra maneira. E vejo que o público está se abrindo mais em relação à época em que comecei. Você traz tendências, propostas, e trabalha com outro tipo de atendimento, outra abordagem, outra linguagem, para que as pessoas vejam de uma outra forma”, afirma.
Hoje Érika possui uma loja no Rio, a Sexy Delícia, além da loja virtual, que entrega em todo o país com total discrição, embalagem sem identificação, e não vai nem mesmo com o nome da loja, e sim o nome dela. A loja conta também com o “Espaço Mulher”, onde são realizados eventos e palestras. “Hoje os eventos são o forte da empresa. O primeiro que fizemos, logo no começo, foi o aniversário de uma amiga, que queria algo mais sensual. Então mostrei os produtos, falei sobre eles… Atualmente fazemos muitos chás de lingerie, para noivas”, conta.
Para garantir um atendimento diferenciado, Érica criou uma cartilha para explicar os produtos, treina todas as suas vendedoras para que saibam informar com uma linguagem delicada e, assim, cria a fidelização dos clientes. “Produto qualquer um pode vender. O atendimento é que faz a diferença. Trabalhamos com carinho, com a preocupação de deixar a pessoa a vontade e fazer com que queira voltar. Muitas me dizem: ‘ninguém explica como vocês’”.
Mesmo com tudo tendo dado certo, ela diz que empreender não é fácil. “Tive muitos prós, mas há também muitos obstáculos, uma burocracia enorme para se legalizar uma empresa. E empreender nesse segmento, além dos problemas comuns, tem ainda o preconceito. Eu não conhecia nada desse mercado. Quebrei paradigmas, enfrentei meus próprios tabus, porque queria fazer a diferença. Meu sonho é conseguir cada vez mais levar pessoas comuns para a sex shop, fazer com que o negócio passe a ser visto como um mercado de entretenimento”, diz.
O filme “De pernas para o ar 2” continuará mostrando a mulher workaholic, se desdobrando entre a vida pessoal e profissional. É uma continuação da história, ela querendo crescer ainda mais e expandir o seu negócio. Na vida real, Érica sabe que é tudo bem diferente. “Tem que lutar muito, perseverar. Quem me dera fosse tudo igual ao filme, que logo no primeiro a personagem já conseguiu abrir uma loja em Nova Iorque!  O cinema se inspirou em mim, mas eu também me inspiro nele para chegar onde a personagem chegou. Já passei muito sufoco, mas não desanimei, pelo contrário, foi uma motivação a mais. Sei que sempre haverá percalços. Mas assistir ao filme, ver as pessoas se divertindo com minhas histórias, não tem preço. Vejo que valeu a pena!”